Se há algo que gosto de fazer é
procurar coisas perdidas através da astrologia. Primeiro porque é um ótimo
exercício de raciocínio, já que você lida com algo material, um problema
imediato. E segundo porque me sinto como se tivesse nas mãos um mapa de tesouro
secreto.
Perdi
meus óculos, é algo a que estou acostumado, se não perco deixo em um deixo em
algum lugar sem ter atenção. Ontem mesmo saí da casa de meus pais, depois de
ter passado o dia sem meus óculos, mas acreditava que estavam em algum lugar da
casa dela. Acabei indo embora e no meio do caminho me lembrei deles, mas
preferi deixar para pegá-los em tão no dia seguinte 26/11/12 na hora do almoço.
Entretanto
quando cheguei em casa descobri que eles haviam ficar debaixo de um dos meus
travesseiros no apartamento. Enfim, Netuno faz de mim uma de suas maiores
vítimas em termos de esquecimento de coisas, pensar que esqueci ou perdi, mas
não perder, muitas vezes me surpreender ao descobrir que tenho uma coisa que
nem lembrava que havia comprado e só descobrir depois de comprar de novo!
Netuno me proporciona todo o tipo de situações confusas com meus objetos.
Mas
voltando aos óculos, eu os perdi, creio eu, no início da semana do dia 12/11
(Antes de achar que havia perdido na casa da minha mãe) e só dei conta de que
precisava deles no dia 15/11. Então fiz a carta horária que podem ver aí
embaixo e comecei a investigar, entretanto, para dar início aos trabalhos,
precisava saber sob a regência de quem estavam os óculos.
O
senso comum da astrologia diz que basta ver Vênus, já que ela representa
objetos móveis, por reger Touro e este reger a Casa II, a casa dos bens móveis.
Sylvia de Long, astróloga que aprecio muito aconselha a isso, mas Vênus não
pode simplesmente reger todo o objeto móvel que existe, ainda mais se estiver
perdido. Devemos considerá-la mais quando se trata de objetos de beleza ou
luxo, e mesmo assim devemos fazer verificações mais agudas. Dou como exemplos
relógios que são regidos por Capricórnio e os planetas Saturno e Urano. Se ele
for um relógio comum, podemos considerar Saturno, mas se for um relógio de
luxo, uma jóia com belo designer, então é importante olhar Vênus também, pois
tanto ela como Saturno podem ajudar na busca, somando informações.
No
caso dos óculos me vi diante de um problema, considera-se a Lua, Mercúrio e
Netuno como regentes do objeto. A Lua e Mercúrio eu levaria em consideração,
mas creio que Netuno tem pouco a ver com óculos, já que óculos são feitos para
ver melhor e Netuno tem como característica óbvia, dificultar a visão ou
distorcê-la.
O
ascendente do meu mapa estava muito confuso para esse caso, já que caiu
exatamente entre Leão e Virgem, no grau 0° e 30’ minutos de Virgem, o que ainda
pode ser considerado o 30° de Leão. Em oposição ao ascendente, estava
justamente Netuno, aos 0° graus e 22’ minutos de Peixes. Ele estava me dizendo:
- Vou deixar essa leitura bem confusa para você.
E
foi o que aconteceu, pois fiquei em dúvida quanto aos signos e os planetas que
me representavam na Casa I, pois para quem não sabe, a casa I representava quem
pergunta numa carta horária. Se considerasse Leão na cúspide (entrada) da casa
I, então poderia ver no Sol o meu regente. Entretanto se considerasse Virgem
como regente da cúspide da casa I,
Mercúrio seria o planeta a me representar, e assim ele não poderia
representar os óculos.
Dessa
forma, já desconsiderando Netuno, seria obrigado a desconsiderar Mercúrio
também, isto, se não desse valor ele como meu regente. Sobrou-me a Lua, que
está então na casa IV, onde segundo alguns podemos ver os objetos perdidos.
Bem, ponto para a Lua, pois parece representar os óculos perdidos. Mas segundo
a tradição a Lua, em alguns casos (e esse era um deles) também pode me
representar.
Estava
muito confuso, pois não consegui saber quais planetas regiam os óculos e quais
planetas me regiam. Observei que a Lua se aproximava de Íris, que pode ser
vista na mandala exterior aos 12º grau de Sagitário. Pensei que Íris, poderia
significar os óculos pela simples lógica da íris dos olhos. Então pude
considerar a Lua como minha regente. Mas não me sentia seguro o bastante para
confiar num planeta como Íris, recém chegado à astrologia. Mesmo que a Lua (eu)
caminhasse para uma conjunção com Íris (óculos), preferi desconsiderar.
Então
voltei a Mercúrio e o Sol, mas não via nada que determinasse os papeis de cada
um. Então tive a intuição de considerar o Sol como o regente dos óculos, pois
há uma extensão e antiga simbológica cultural que relaciona o Sol à capacidade
de visão. Para os gregos, ele era aquele que podia cegar e fazer ver.
A
única coisa que me tranqüilizava nisso tudo era ver que Mercúrio estava
retrógrado e era um planeta relacionado à pergunta. Pensei: - Bem os óculos vão
aparecer, Mercúrio está retrógrado e isso significa que eles vão voltar às
minhas mãos. Com não consegui mais nada do mapa, comecei a pensar onde poderia
tê-lo perdido. Foi então que me recordei de um péssimo hábito ao qual sou
obrigado todos os dias: Quando vou para academia, preciso dos óculos, mas dependo
do exercício, tenho que tirá-los senão caem e alguém pode pisá-los. Assim
coloco em algum banquinho ou canto de parede, uma ótima maneira de perder.
De
resto repassei na cabeça onde havia andado até dia 15/11 e descartei a casa de
minha mãe e o trabalho, pois o mapa não dava sinais de nenhum desses locais.
Decidi que no diz 19 procuraria com as atendentes da academia. Sabia que no dia
18 ou no dia 19 eu encontraria os óculos, pois até lá o Sol e Mercúrio já
teriam se encontrado.
Ao
chegar à academia, perguntei se haviam encontrado uns óculos. A recepcionista
respondeu que sim, estava lá há desde o dia 13. Então, como posso entender o
que o mapa queria me dizer?
Creio
que considerar o Sol como regente dos óculos foi uma decisão certa, a despeito
do que diz o senso comum astrológico, ao menos nesse caso, o Sol foi mais
eficaz que a Lua e Mercúrio ao representar a coisa perdida. Estes dois últimos
na verdade representavam a minha pessoa. Mercúrio retrógrado era eu voltado aos
óculos. Curioso é que muitas vezes pensamos que um planeta retrógrado mostra o
objeto voltando até nós, e às vezes pode ser isso mesmo, quando alguém trás de
volta. Mas como eu já desconfiava do local onde havia perdido, então creio que
o mapa estava me dizendo claramente que EU iria atrás dos óculos. Isso deixou
claro também que o regente da 1ª casa era Virgem e não Leão. O signo do Sol
estava casa 12, onde as coisas costumam estar perdidas.
Como
podemos ver, descobrir as regências é algo fundamental para se ler uma carta
horária. Sem essas pequenas, mas valiosas informações, nada pode ser feito. E
mesmo quando temos muitos planetas que podem representar alguém ou alguma
coisa, devemos olhar o mapa com muito cuidado, considerando posições de signos
por seus graus nas casas. E por fim, se puder ter um livro de regências, estará
fazendo muito por seus estudos.
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