segunda-feira, 16 de setembro de 2013

2005 TB190 é o planeta Éolo / 2005 TB190 is the planet Aeolus!!!

Éolo é o nome de um planeta hipotético, que estaria posicionado após Éris. Ele foi proposto segundo a renomada astróloga italiana Lisa Morpurgo, em seu livro Il Convitato di Pietra. De acordo com suas teorias faltam apenas dois astros para completar a ordem planetária do Zodíaco. Esta doutrina astrológica é amplamente estudada e considerada pelos astrólogos italianos que têm Morpurgo como a pedra de toque da Astrologia Moderna. Dados Astronômicos Segundo Morpurgo, Éolo possui um período orbital de 720 anos (aprox.), tamanho de 1.718 quilômetros e está a uma distancia do Sol entre 70 U.A. e 80 U.A.. Além disso estaria em ressonância com Netuno, como muitos dos TNO's do disco disperso. Suas suposições foram feitas com base nos estudo do astrônomo Robert Sutton Harrington, de USNO(United States Naval Observatory). Harrigton morreu em 1993 enquanto buscava o possível planeta além de Plutão. Segundo os dados astronômicos, o planeta Éolo (Aeolus) tem exatamente as mesmas características do TNO descoberto por Becker, A. C., Puckett, A. W., Kubica, J. em Apache Point, que recebeu a nomenclatura 2005 TB190.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Os asteróides e o seus glifos parte II:



Na primeira parte desse artigo, eu não coloquei esta informação, mas agora farei isso. Eu costumo chamar os asteroides do cinturão entre Marte e Júpiter de planetas Cisjovianos Menores. Esse é um termo antigo que parece estar em voga novamente na astronomia e se refere de forma mais poética aos asteroides a planetas rochosos. O prefixo “cis” vem do latim e quer dizer: do lado de cá, desse lado. E “Joviano” é um adjetivo para as coisas relacionadas a Júpiter. Assim, cisjovianos são os “planetas do lado de cá de Júpiter”. E agora irei me referir aos asteroides como cisjovianos.




Hebe:

O glifo de Hebe mostra claramente uma taça estilizada. É óbvio que não fiz grandes alterações, já que o novo glifo lembra muito o original. Eu acrescentei um crescente invertido à base do glifo, e uma cruz no meio do desenho. Hebe é um asteroide que interessa pouco à maioria dos astrólogos, entretanto sua magnitude é uma das maiores do cinturão. Essa e outras características me fazem considerá-lo como objeto de profundo estudo. Quando se estuda Hebe, é perceptível que seus temas tratam de questões virginianas e capricornianas. Hebe refere-se a mordomia, que é a arte de servir. Servir ou ser servil é algo que a civilização ocidental não ensina. Aprendemos que servir é uma obrigação penosa e que não há nem lucro nem prazer nisso. Por isso não duvido que Hebe seja um cisjoviano desprezado, afinal, que hoje gosta de servir. Se alguém tem que servir, que seja pago por isso, e não há pagamento para os serviços de Hebe, senão o aprendizado e a disciplina do ego. Na mitologia Hebe era a princesa do Olimpo. Palas podia ser a filha primogênita de Júpiter, mas Hebe era a princesa. Entretanto Hebe era a chefe das servas e junto com Mercúrio fazia todo o serviço do Olimpo. Ela cuidava da comida dos deuses, de suas roupas e da higiene. Era encarregada por Apolo de ser enfermeira do Olimpo. Justamente por isso ela cuidava das feridas de Marte. Todos esses assuntos são virginianos. Entretanto há algo de capricórnio em Hebe, já que servir a outro implica em uma hierarquia. E por fim o significado capricorniano que mais me intriga: ela representa o Galardão, que é uma forma de prêmio ou presente. Júpiter a entrega a Hércules, como esposa e prêmio, por seu heroísmo em vida. As taças são símbolos dos galardões. Vejam a Copa das Confederações, na qual o Brasil ganhou uma “COPA”, isto é uma taça. Portanto onde Hebe está podemos encontrar a exigência de servir em nossas vidas e também recompensas. Muito pode ser dito sobre Hebe, mas vou deixar para outro artigo. Voltando ao símbolo, há um crescente voltado para o alto, ele recebe algo vindo de cima, e deixa fluir por sobre a cruz, até que chegue ao crescente menor, que está invertido na base, por onde vai fluir este líquido rumo às esferas inferiores da vida. Dessa forma Hebe representa uma relação vertical entre divino e humano ou superior e inferior. O senhor e o servo: aquele que dá (ou trabalho ou um presente) e aquele que recebe. O glifo de Hebe difere nesse sentido do de Urano, no qual os crescentes estão em posição horizontal, simbolizando a fluência horizontal dessa forma de energia e a igualdade de posições.




Íris:
               
     
O planeta cisjoviano Íris, também é outro bastante negligenciado. O motivo dessa falta de interesse é um mistério para mim, já que Íris está entre as maiores magnitudes do sistema solar. Assim, independente do seu tamanho, a força do seu brilho releva muito para a astrologia. Entretanto tenho visto algumas informações sobre ele na internet, mas nada que parece ser muito prático e aplicável. Sem dúvida Íris fala de comunicação, como Mercúrio, mas sua natureza é aquariana, tal como a de Urano, e por isso se refere a alianças, amizades e socorro. Onde Íris se encontra no seu mapa, você pode verificar a natureza das suas amizades, a consistência das suas alianças e se você oferece socorro ou recebe de alguém; também mostra que tipo de ajuda é essa de acordo com o assunto da casa. Assim criei um glifo bem alquímico, que expressa sua natureza aquariana e angélica. Pois os anjos parecem assexuados e gênero de Íris parece mais psicológico do que físico. Então surge o símbolo do sol tendo o crescente lunar entranhado nele. Isto é a união da psique feminina com a masculina, diferente de Palas, para quem o hermafroditismo é mais físico (símbolos de Marte e Vênus). E na base há uma cruz, demonstrando que essa união produz efeitos concretos e está enraizada no mundo dos homens. No geral o glifo parece um olho com a pálpebra superior, o que reforça a ideia da visão e da íris dos nossos olhos.



Flora:
               
      
Eu particularmente gosto muito do glifo que criei para Flora, porque ele lembra uma flor dupla e às vezes também lembra os pistilos das flores, em cujas pontas estão localizadas as anteras. Esse conjunto é o órgão sexual da planta. Assim o que pretendo dizer que é Flora, longe de falar sobre o nosso gosto por flores ou se seremos jardineiros, trata sobre aspectos da sexualidade. Mas não para por aí, há uma dualidade, pois o glifo mostra dois círculos nascendo, cada um, de uma ponta do crescente lunar. E o crescente lunar está embasado em uma cruz. Portanto Flora trata sobre dualidades e coisas dúbias. E por ser a representação estilizada de uma flor, que é a personificação da beleza efêmera, Flora também se refere às efemeridades da nossa vida: coisas comuns e vulgares.



Métis:
               
Da mesma forma que Netuno, Métis pode ser sentida e entendida por poucos, ela é o oculto, o enganoso, a trapaça a feitiçaria propriamente dita. No mito ela foi a primeira esposa de Júpiter, e sem a sua ajuda ele jamais teria se tornado rei do Universo. Entretanto, Métis tinha tanto poder que acabaria gerando um filho para substituir Júpiter. Ele então decidiu engoli-la, para que assim dentro dele, ela pudesse ajudar a ver o oculto e a prever traições e trapaças de inimigos. Eu vejo algo muito lunar em Métis, também há muito de Peixes e Escorpião. Ela simboliza algo que está fora e precisa se reconectado. Uma espécie de energia ou aspecto da vida de cada um que não combina com o resto, e às vezes, contribui para trazer problemas. É um princípio amoral, isto é, não vê nem o bem nem o mal. O planeta Métis é controverso como a Métis da mitologia, assim eu pensei num glifo bem diferente dos demais. Na verdade eu sonhei com este desenho: Vi uma mulher vestida como uma rainha, estava sentada numa cadeira de pedra polida e na sua coroa havia um símbolo semelhante e esse, não era igual. E no seu peito também havia um bordado com a mesma insígnia, que eram dois crescente que se cruzavam sobre algo que parecia uma pequena cruz. Sonhei há muitos anos isso, quando era um adolescente, mas nunca me esqueci do sonho (há sonhos que nunca esquecemos). Preferi colocar no lugar da cruz o ponto, para que o glifo de Métis ficasse parecendo um “Sol” feito de duas Luas. Até hoje não sei explicar o símbolo, já que ele surgiu de um sonho, mas assim que comecei a pensar em um glifo para Métis ele me veio à mente. É como se Métis fosse um “sol” interior, um “sol” lunar, que habita oculto em algum lugar de nós, assim como Métis habita as entranhas de Júpiter.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Plutão, o planeta duplo

Plutão nosso pequeno rei dos limites do sitema solar, têm sofrido muitos reveses por parte da astronomia, entretanto, isso só tem permitido á astrologia entender melhor esse pequeno corpo celeste, cuja ação é tão significativa e original. Para a astrologia, há uma característica sui generis de Plutão que o torna único entre os planetas, mas até agora isso foi pouco explorado, para não dizer que nunca foi dito nada sobre o assunto. Ao menos nunca pude encontrar nenhum artigo ou ensaio sobre o tema. Ocorre que Plutão é um planeta duplo, isto é, ele tem dois corpos. O que na astronomia é chamada de planeta binário.
         A falta de observação dessa que é a principal característica de Plutão, mostra o quão pouco sabemos sobre ele e explica o desconforto de astrólogos e astrônomos fazendo dele um assunto freqüente. Plutão, o astro que não é nem planeta nem asteróide, que talvez tenha sido um dia um satélite, que não tem um mais dois corpos físicos, é a representação de tudo que é estranho. Ele é a epítome do que a sociedade e o senso comum rejeitam simplesmente porque não se encaixa em nenhum paradigma.
         Mas que dois corpos são esses? Ora, Plutão é composto também de Caronte. O assunto sobre a natureza planetária de Plutão parece que foi resolvida pelos astrônomos (o que interessada pouco para a astrologia), mas há outras questões que aborrecem os astrônomos e a primeira delas é: Caronte é mesmo uma lua de Plutão? A resposta, embasada em conceitos de física astronômica é NÃO. Caronte forma um planeta duplo com Plutão, isto porque ele orbita um ponto fora de sua massa. Isso que dizer que o centro gravitacional de Plutão no está nele, mas em um ponto vazio entre ele e Caronte. Dessa forma ninguém pode afirmar quem e o satélite e quem é o planeta. Plutão pode ser o satélite de Caronte, assim como se considera Caronte como seu satélite? A resposta mais lógica diante desses argumentos é SIM.
Afinal que gira ao redor de quem? A resposta e novamente negativa: ninguém. Se fizermos uma comparação com o sistema da Terra-Lua, que para todos os efeitos é também um sistema binário, chegamos a conclusão de que Caronte e Plutão não giram em redor um do outro, eles giram juntos e redor de um centro gravitacional vazio. Um em relação a o outro está sempre parado!
Contrariamente, determinamos que a Lua, mesmo sendo duplo da Terra é seu satélite, porque a Terra gira em redor de si mesma, mas a Lua não gira em redor de si, gira apenas em redor da Terra. A Lua mostra sempre a mesma face para nós, não tem rotação, já a Terra é livre em sua rotação, e isso demonstra sua superioridade.
Mas Plutão e Caronte giram como duas crianças brincando de ciranda com as mãos dadas. Sempre mostram a mesma face um para o outro, o que deixa claro que não há independência nem prevalecência (se é que essa palavra existe) de um sobre o outro. Conclui-se que Plutão é um planeta duplo composto de duas naturezas opostas e extremas, que estão em constante conflito, algo que combina perfeitamente com o signo de Escorpião dados a seus célebres extremos expressos no paroxismo de criação e destruição em perene reiteração.

Dessa forma, Caronte rege Escorpião junto com Plutão, mas isso interfere na prática astrológica? Não, porque Caronte é um só com Plutão, portanto, onde um governa o outro governa, onde uma se exalta e outro também. O mais interessante disso é que simbólicamente há muito que se aprender sobre Plutão quando estudamos os mitos de Caronte. O barqueiro do inferno sem dúvida está relacionado com questões monetárias. Mas isso fica para um próximo post.

Éris e Ereshkigal



        Para os astrólogos de então, começa uma fase de especulações sobre o “novo” planeta batizado como Éris, nome que parece muito propício, dado o fato de que sua descoberta sincronizou-se com fatos polêmicos e tumultuosos.

Sua classificação como planeta foi uma das questões mais conturbadas que a astronomia já viu. E ocasionou o desterro de Plutão, para o malfadado grupo dos planetas “anões”, se é que isso significa alguma coisa. Haja vista que um planeta é plante e pronto, ao menos para os astrólogos. O Sol e Lua não são planetas propriamente ditos, sendo assim questões sobre o valor astrológico de Plutão são insignificantes.

Entretanto o evento de sua “queda” não deixa de revelar aspectos de sua simbologia e da simbologia de Éris, que parece estar bem relacionada com ele. Ambos foram chamados pelos astrônomos de planetas “gêmeos” em 2011, quando foi possível medir o raio de Éris e chegar a conclusão que tem praticamente o mesmo tamanho que Plutão, sendo um pouco maior.

Mas deixando as especulações sobre Plutão para uma próxima postagem, quero me ater a Éris. A escolha do próprio nome foi influenciada por reflexões astrológica. Segundo Michael E. Brown “descobridor” de Éris, ele ficou tão espantado com certos fatos ocorridos após a descoberta, que considerou que não podia haver outro nome senão Éris.

Isso porque Éris é a nefasta deusa da Discórdia na mitologia grega. Personagem de poucos mitos, ela se tornou célebre por causar uma briga entre as mais poderosas deusas do Olimpo, o que culminou com a famosa Guerra de Tróia. Tudo por não ter sido convidada para o casamento do rei aqueu Peleu, e da deusa marinha Tétis, pais do herói Aquiles.

deusa Éris ao estilo de Gustav Klimt
Mas muitos, principalmente astrólogos, ficaram aborrecidos com essa escolha, pois esperavam que Brown desse o nome de Prosérpina, a esposa de Plutão, ao planeta. Plutão então teria sua esposa como companheira astronômica e astrológica.

Eu mesmo fiquei decepcionado, entretanto como estou sendo estudando cultura antigas da região mediterrânea, além de possuir um conhecimento sistematizado da mitologia grega e seus aspectos, reparei em similaridades que até então nunca havia percebido. Somente depois que Éris veio à público cheguei a esses conclusões das quais falarei agora.

O nome Éris lembra muito eresh que na escrita cuniforme dos sumérios se traduz como “senhora”. E eresh é a primeira parte do nome de uma das mais importantes e temíveis divindades dos sumérios/mesopotâmicos, a rainha do Inferno: Ereshkigal.

Seu nome pode ser traduzido como “a grande senhora da terra (inferior)”. O sufixo gal é um adjetivo que demonstra suas qualidades soberana, por isso pode ser traduzido como “grande”, “perfeita” ou até mesmo “formidável”.

O reino de Ereshkigal é Kurnugia “a terra do não-retorno”, nome que deixa bem claro a principal característca de seus domínios, ela é a senhora da morte e de tudo que lhe diz respeito.

Segundo uma das variantes do mito sumério, Ereshkigal era filha de Anu, deus do céu, e foi raptada por Kur, seu meio-irmão e uma divindade do mundo inferior. Pouco se sabe sobre esse mito, mas ao que tudo indica Kur fez de Ereskigal a rainha de Kurnugia.

Os mitos posteriores e a crença colocaram Ereshkigal numa posição superior e Kur parece ter tornado apenas um demônio aos seus serviços. Além disso, Ereshkigal nunca esteve satisfeita com o que lhe aconteceu e sempre expressou seu rancor pelos pais e irmãos, que nada fizeram para salvá-la.

Ereshkigal e Nergal:

Outro mito fala de sua união com Nergal, o deus das guerras que representava o sol como força maléfica que queima e destrói colheitas. Homem belo e viril, Nergal possuía o defeito da fanfarronice, e em certa oportunidade não demonstrou o devido respeito a Namtar, que era vizir de Ereshkigal, dizendo que não faria reverencia ao vizir de uma deusa que ele não conhecia nem nunca vira (Nergal era filho de Enlil, irmão de Ereshkigal portanto seu sobrinho).

Os deuses então temeram por sua atitude sem juízo, e ele se viu em apuros. Enki aconselhou a levar um trono como presente a Ereshkigal, mas que recusasse sua gentileza, comida ou banho devido a longa viagem. Nergal desceu do céu e foi ter com Ereshkigal, atravessou os nove portões de seu reino e se apresentou com o presente.

Entretanto, pensado estar diante de uma velha frágil e decadente, desembainhou sua espada e pô-la ao pescoço de Ereshkigal ameaçando-a e exigindo seu trono em troca da liberdade. A deusa que então estava oculta pode seu disfarce, fingiu temor e solicitou a Nergal tempo para banhar-se e se colocar aos seus serviços.

Demorando em sua toilette, a deusa provocou a curiosidade de Nergal, que invadiu seus aposentos e encontrou no lugar de uma velha, uma magnífica donzela. Ereshkigal fingiu surpresa com a invasão e ofereceu-se na cama a ele.

Nergal não resistiu a beleza e prazeres de Ereshkigal, não viu passar seis dias, amando, banqueteado e sendo cuidado pelos sequazes da deusa. Mas no sétimo dia, ele fugiu. Namtar, o vizir, testemunhou sua fuga e delatou a sua senhora.

Ereshkigal então ameaçou os demais deuses dizendo que alastraria a peste e a fome sobre a humanidade, casou Nergal não voltasse para seu lado. Um tribunal foi feito e a deusa denunciou seu amante dizendo que lhe fizera jurar e promessas, e que fora enviado por Anu, para se juntar a ela no governo de Kurnugia. Diante disso Nergal não pode fugir ao seu destino, e foi exilado pelos deuses para as terras de Kurnugia, como esposo de Ereshkigal.


A rivalidade de Ereshkigal e Inanna:

Outro mito célebre fala da vingança de Ereshkigal contra sua irmã Inanna. Ao que parece o motivo da rivalidade entre as irmãs é obscuro. O que se pode intuir é que ambas talvez fossem rivais na beleza. E sendo Inanna uma deusa vaidosa e orgulhosa não admitia comparações. Como deusa do amor ela pode ter incitado a paixão de Kur pela irmã, que a raptou. E não podendo mais voltar a “viver” entre os outros deuses, Ereshkigal passou a nutrir rancor e raiva por Inanna.

 Sendo rejeitada por Gilgamesh, Inanna enviou Gulgalanna para matar o herói. Ocorre que Gulgalanna foi o primeiro esposo de Ereshkigal, no tempo em que vivia no céu. Gilgamesh matou Gulgalanna.

Inanna, sentindo-se culpada decidiu descer ao inferno para buscar Gulgalanna mas Ereshkigal não permitiria isso, já que seu antigo amor, estava novamente ao eu lado.
Ereshkigal rainha de Kurnugia

Inanna então chamou seu vizir Ninshubur e o aconselhou a pedir ajuda a Enlil, Nanna e Enki caso ela não retornasse dentro de três dias. Então partiu para Kurnugia, mas na medida em que atravessava os portões de Kurnugia, Inanna era humilhada, e obrigada a se desfazer de suas jóias, lenços e peças de roupas.

Ereshkigal encarregou Neti, um de seus sequazes, de tornar a visita da irmã tão insuportável, que  ela acabaria retornando e desistindo de Gulgalanna. Porém Inanna suportou e chegou à presença de Ereshkigal. Ao pedir por Gulgalanna, Inanna foi mais uma vez humilhada, e não bastando isso, Ereshkigal a empalou. Passados três dias Ninshubur não vira o retornou de sua senhora e foi ter com os grandes deuses. Mas apenas Enki aceitou ajudar, Enlil e Nanna disseram que não interfeririam em assuntos de Ereshkigal.

Enki juntou a sujeira debaixo das suas unhas e criou duas divindades assexuadas chamadas Galatur(a) e Kurjara (Kurgarra) e os enviou a Kurnugia para resgatar Inanna, mas antes os instruiu sobre como enganar Ereshkigal para cumprir com a missão.

Os carpidores criados por Enki, levavam a água da vida para resgatar Inanna. Disfarçados como moscas, passaram pelos portões de Kurnugia sem dificuldades e chegando à presença de Ereshkigal. Segundo o mito que parece obscuro, ela estava sofrendo de uma moléstia ou estava grávida e não conseguia parir. É possível que Enki, deus-mago talvez tivesse provocado a doença de Ereshkigal, para que assim os carpidores pudessem negociar. Eles conheciam a forma de curá-la e se dispõem a isso, em troca da vida de Inanna. Ereshkigal cedeu para obter alívio, e os carpidores restituíram a vida de Inanna com a água da vida.

Entretanto, ela não podia retornar, a menos que alguém ficasse em seu lugar. Os servos de Ereshkigal indicaram Ninshubur, mas Inanna se recusava a deixar o servo tão diligente no inferno, pois ele estava de luto. Depois indicaram Cara, que cuidava da toitelle da deusa, mas ele também estava de luto, e Inanna se recusa a deixá-lo em seu lugar. Depois foi a vez de seus pequenos filhos, Lulal e Shara, mas eles também estavam de luto pela mãe.
deusa Éris ao estilo Nouveau de Alphonse Mucha

Enfim os demônios lhe mostraram que seu esposo Dumuzi, ao contrário dos outros estava vestido com roupas coloridas, comendo e bebendo sob uma árvore, enquanto era servido por belas servas. Inanna não pensou duas vezes e escolheu Dumuzi para trocar de lugar com ela.

Então Dumuzi foi levado pelos lacaios de Ereshkigal.Inanna continuava a amá-lo, mas não podia dispor  de ninguém para substituí-lo junto a Ereshkigal, foi então que Geshtianna, irmã de Dumuzi se dispôs a substituir o irmão por seis meses em Kurnugia. E enquanto ela cumpria com sua promessa no inferno, ela podia gozar do amor de Ianna por seis meses do ano.

Mitos relações e interpretações:

         Esses mitos possuem detalhes marcantes que podem ser identificados em mitos greco-romanos. Nergal por exemplo assume aspectos tanto de Marte como de Plutão. Há um deus que morre, no caso Dumuzi e que volta a vida tal com a vegetação. Há, portanto um paralelo com Adônis, ele mesmo o pivô de um desafeto entre Prosérpina e Vênus. Estas deusas por sua vez, assumem os papéis de Ereshkigal e Inanna.

         Não seria portanto um erro, procurar nos mitos de Ereshkigal aspectos que reflitam as manifestações astrológicas de Éris. Ao passo que Éris, parece ser dual. Enquanto representa a própria deusa da discórdia, também, através de Ereshkigal, mostra nuances de Prosérpina, deusa greco-romana e esposa de Plutão.

         Quanto ao seu significado, só podemos especular na medida em que assistimos seu trânsito extremamente lento. Mas eu convido as pessoas que agora estão observando Urano transitar dentro de Áries que olhem em seus mapas natais a posição de Éris e vejam se Urano não está conjunto a ela. Com certeza pessoas com 30 ou 31 anos, devem estar sofrendo algum tipo de manifestação uraniana sobre a Éris natal.

         Com certeza alguma questão de briga, polêmica, ofensas ditas, questões jurídicas, escancândalo. Sem falar que devem andar muito irritadiças, talvez falastronas e até criando discussões ou indo contra alguma opinião por puro e simples esporte. Esses indivíduos devem estar se sentido agressivos demais, por a raízes de tudo isso deve estar em alguma forma de exclusão ou ausência de reconhecimento de mérito. Aposto até em honra ferida ou alguma forma de ultraje pelo que está passando.


         Isso pode ser visto nos mitos de Éris, ela é preterida pelos deuses, que fazem questão de não honrá-la, e evitam convidá-la para o casamento de Peleu e Tétis. Da mesma forma, Éris se vinga causando uma situação discordante e vexatória: obriga Júpiter a escolher três belas deusas para serem julgadas, tendo como prêmio a maçã dourada. No fim Vênus leva a maçã, enquanto que Juno e Palas, ofendidas e preteridas, considerando a falta de gabarito do juiz, irão procurar meios para reparar as suas honras.
Mapa da descoberta de Éris


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Os óculos perdidos e a importância das regências:



                 Se há algo que gosto de fazer é procurar coisas perdidas através da astrologia. Primeiro porque é um ótimo exercício de raciocínio, já que você lida com algo material, um problema imediato. E segundo porque me sinto como se tivesse nas mãos um mapa de tesouro secreto.
                Perdi meus óculos, é algo a que estou acostumado, se não perco deixo em um deixo em algum lugar sem ter atenção. Ontem mesmo saí da casa de meus pais, depois de ter passado o dia sem meus óculos, mas acreditava que estavam em algum lugar da casa dela. Acabei indo embora e no meio do caminho me lembrei deles, mas preferi deixar para pegá-los em tão no dia seguinte 26/11/12 na hora do almoço.
                Entretanto quando cheguei em casa descobri que eles haviam ficar debaixo de um dos meus travesseiros no apartamento. Enfim, Netuno faz de mim uma de suas maiores vítimas em termos de esquecimento de coisas, pensar que esqueci ou perdi, mas não perder, muitas vezes me surpreender ao descobrir que tenho uma coisa que nem lembrava que havia comprado e só descobrir depois de comprar de novo! Netuno me proporciona todo o tipo de situações confusas com meus objetos.
                Mas voltando aos óculos, eu os perdi, creio eu, no início da semana do dia 12/11 (Antes de achar que havia perdido na casa da minha mãe) e só dei conta de que precisava deles no dia 15/11. Então fiz a carta horária que podem ver aí embaixo e comecei a investigar, entretanto, para dar início aos trabalhos, precisava saber sob a regência de quem estavam os óculos.
                O senso comum da astrologia diz que basta ver Vênus, já que ela representa objetos móveis, por reger Touro e este reger a Casa II, a casa dos bens móveis. Sylvia de Long, astróloga que aprecio muito aconselha a isso, mas Vênus não pode simplesmente reger todo o objeto móvel que existe, ainda mais se estiver perdido. Devemos considerá-la mais quando se trata de objetos de beleza ou luxo, e mesmo assim devemos fazer verificações mais agudas. Dou como exemplos relógios que são regidos por Capricórnio e os planetas Saturno e Urano. Se ele for um relógio comum, podemos considerar Saturno, mas se for um relógio de luxo, uma jóia com belo designer, então é importante olhar Vênus também, pois tanto ela como Saturno podem ajudar na busca, somando informações.
                No caso dos óculos me vi diante de um problema, considera-se a Lua, Mercúrio e Netuno como regentes do objeto. A Lua e Mercúrio eu levaria em consideração, mas creio que Netuno tem pouco a ver com óculos, já que óculos são feitos para ver melhor e Netuno tem como característica óbvia, dificultar a visão ou distorcê-la.
                O ascendente do meu mapa estava muito confuso para esse caso, já que caiu exatamente entre Leão e Virgem, no grau 0° e 30’ minutos de Virgem, o que ainda pode ser considerado o 30° de Leão. Em oposição ao ascendente, estava justamente Netuno, aos 0° graus e 22’ minutos de Peixes. Ele estava me dizendo: - Vou deixar essa leitura bem confusa para você.
                E foi o que aconteceu, pois fiquei em dúvida quanto aos signos e os planetas que me representavam na Casa I, pois para quem não sabe, a casa I representava quem pergunta numa carta horária. Se considerasse Leão na cúspide (entrada) da casa I, então poderia ver no Sol o meu regente. Entretanto se considerasse Virgem como regente da cúspide da casa I,  Mercúrio seria o planeta a me representar, e assim ele não poderia representar os óculos.
                Dessa forma, já desconsiderando Netuno, seria obrigado a desconsiderar Mercúrio também, isto, se não desse valor ele como meu regente. Sobrou-me a Lua, que está então na casa IV, onde segundo alguns podemos ver os objetos perdidos. Bem, ponto para a Lua, pois parece representar os óculos perdidos. Mas segundo a tradição a Lua, em alguns casos (e esse era um deles) também pode me representar.
                Estava muito confuso, pois não consegui saber quais planetas regiam os óculos e quais planetas me regiam. Observei que a Lua se aproximava de Íris, que pode ser vista na mandala exterior aos 12º grau de Sagitário. Pensei que Íris, poderia significar os óculos pela simples lógica da íris dos olhos. Então pude considerar a Lua como minha regente. Mas não me sentia seguro o bastante para confiar num planeta como Íris, recém chegado à astrologia. Mesmo que a Lua (eu) caminhasse para uma conjunção com Íris (óculos), preferi desconsiderar.
                Então voltei a Mercúrio e o Sol, mas não via nada que determinasse os papeis de cada um. Então tive a intuição de considerar o Sol como o regente dos óculos, pois há uma extensão e antiga simbológica cultural que relaciona o Sol à capacidade de visão. Para os gregos, ele era aquele que podia cegar e fazer ver.
                A única coisa que me tranqüilizava nisso tudo era ver que Mercúrio estava retrógrado e era um planeta relacionado à pergunta. Pensei: - Bem os óculos vão aparecer, Mercúrio está retrógrado e isso significa que eles vão voltar às minhas mãos. Com não consegui mais nada do mapa, comecei a pensar onde poderia tê-lo perdido. Foi então que me recordei de um péssimo hábito ao qual sou obrigado todos os dias: Quando vou para academia, preciso dos óculos, mas dependo do exercício, tenho que tirá-los senão caem e alguém pode pisá-los. Assim coloco em algum banquinho ou canto de parede, uma ótima maneira de perder.
                De resto repassei na cabeça onde havia andado até dia 15/11 e descartei a casa de minha mãe e o trabalho, pois o mapa não dava sinais de nenhum desses locais. Decidi que no diz 19 procuraria com as atendentes da academia. Sabia que no dia 18 ou no dia 19 eu encontraria os óculos, pois até lá o Sol e Mercúrio já teriam se encontrado.
                Ao chegar à academia, perguntei se haviam encontrado uns óculos. A recepcionista respondeu que sim, estava lá há desde o dia 13. Então, como posso entender o que o mapa queria me dizer?
                Creio que considerar o Sol como regente dos óculos foi uma decisão certa, a despeito do que diz o senso comum astrológico, ao menos nesse caso, o Sol foi mais eficaz que a Lua e Mercúrio ao representar a coisa perdida. Estes dois últimos na verdade representavam a minha pessoa. Mercúrio retrógrado era eu voltado aos óculos. Curioso é que muitas vezes pensamos que um planeta retrógrado mostra o objeto voltando até nós, e às vezes pode ser isso mesmo, quando alguém trás de volta. Mas como eu já desconfiava do local onde havia perdido, então creio que o mapa estava me dizendo claramente que EU iria atrás dos óculos. Isso deixou claro também que o regente da 1ª casa era Virgem e não Leão. O signo do Sol estava casa 12, onde as coisas costumam estar perdidas.
                Como podemos ver, descobrir as regências é algo fundamental para se ler uma carta horária. Sem essas pequenas, mas valiosas informações, nada pode ser feito. E mesmo quando temos muitos planetas que podem representar alguém ou alguma coisa, devemos olhar o mapa com muito cuidado, considerando posições de signos por seus graus nas casas. E por fim, se puder ter um livro de regências, estará fazendo muito por seus estudos.

Os Asteroides e seus glifos:



Para começar a postar no Ad Astra, pensei em um assunto relativamente novo, que é claro, será tratado em outros posts com mais profundidade. Como a proposta do é discutir as possibilidades de relação entre o que a astrologia explora contemporaneamente o seu conteúdo tradicional e clássico.

Um tema que me agrada é sobre os asteroides e seus glifos. Desde que comecei a estudar astrologia, aprendi que os glifos não são simples desenhos escolhidos aleatoriamente para identificar os planetas num mapa. Eles são símbolos cheios de significados. Cada traço de um glifos expressa algo da natureza  do planeta, da mesma forma como os hieróglifos egípcios eram desenhos simples, mas de significado complexo.

Na medida em que a astrologia se aprimorava nesses 5.000 anos, os glifos dos planetas clássicos passaram por leves modificações que só vieram a acentuar seu significado. E um assunto como esse, que pode parecer de pouca valia se mostra muito interessante e enriquecedor para o astrólogo.

Um exemplo de como estudar os glifos é interessante é quando descobrimos que os planetas “modernos”: Urano, Netuno e Plutão possuem variantes para seus glifos que são usadas por diversos astrólogos. E dependendo do local, até possuem glifos diferentes. Na Rússia e para a maioria dos países europeus são usados dois glifos diferentes do que estamos acostumados para Plutão. Assim acontece também com Urano, nas Américas se utiliza um, mas na Europa se utiliza outro.

Sendo um estudioso e experimentador de asteroides, comecei a pensar há muito tempo, que seus glifos pareciam não expressar seus significados e que para alguns asteroides o glifo até era um impeditivo da compreensão do seu significado. Foi desta forma que decidi, na medida em que estudava alguns asteroides também pensar em glifos que pudessem esclarecer sua natureza. Foi assim que surgiram alguns dos símbolos astrológicos que o leitor verá à seguir:


Ceres:

Como planeta que rege Virgem, signo das colheitas, Ceres tinha como glifo original uma foice estilizada como um crescente voltado para o lado esquerdo sobre uma cruz. Entretanto uma das expressões do planeta é a busca pelo desenvolvimento,  o interesse por aquilo que se aprimora e cresce e se desenvolve sob circunstâncias que costumam ir contra. E isso está ausente no glifo. A cruz representa o elemento terra, mas ao mesmo tempo também dá a idéia de obstáculo, o que no caso de Ceres é paradoxal. E o crescente voltado para a esquerda fala sobre os aspectos do lado esquerdo do cérebro que são os de planejar, organizar, discernir e buscar a lógica das coisas, todas essas, características naturalmente virginianas. Assim pensei em um glifo que mantivesse as informações originais, mas que as expressasse melhor e as completasse. Então juntei o glifo de Júpiter e da Terra para criar um novo. O crescente de Júpiter continua a expressar o lado esquerdo do cérebro, mas acrescenta a ideia de um objetivo, um plano maior e para além de si mesmo. Afinal Virgem é o último signo pessoal, e nele estão contidas as ferramentas para a expansão do "eu" no mundo do lado de fora, que os signos posteriores representam. O glifo da Terra é cortado ao meio pela base do glifo Joviano, traduzindo a idéia de que o espirito ( círculo) sempre se encontra uma forma de se desenvolver diante das restrições (cruz), que agora está na parte de cima do glifo. O crescente de Júpiter fala de um desenvolvimento horizontal, isto é, material, temporal e físico, já que a cruz impede o desenvolvimento vertical que seria espiritual e abstrato. Isso mostra uma natureza voltada para o intelecto (aspecto material da psique) e distante dos mistérios do espírito. A dialética entre o intelecto e o espírito pode ser entendidas à partir do estudo do mitos de Prometeu e Zeus que são resumidos e elucidados no Dicionário de Símbolos de Jean Chevalier.




Palas:

O glifo original de Palas sempre foi um enigma para mim, nunca pude extrair o significado da cruz encimada por um losango. Muitos dizem que o glifo é uma estilização da lança de Palas, deusa guerreira, entretanto para astrologia o glifo continua sem significado. O losango não está entre os pequenos símbolos clássicos que “montam” os glifos. Quando comecei a utilizar Palas em mapas, notei uma natureza libriana, o que não é novidade para muitos, já que o planeta parece oscilar entre Libra e Virgem. Mas o que mais me chamou a atenção é o aspecto integrativo do planeta. Onde Palas está sempre parece haver uma integração, uma parceira uma cooperação e o mais interessante, um amálgama. As idéias de integração, união e amálgama são comuns ao signo de Libra, mas os outros signos de ar também as possuem. Todavia a diferença está no fato de que Libra requer sempre um compromisso, uma conexão regulada por alguma forma de regra ou norma, e Gêmeos e Aquário são espontâneos e libertários demais para isso. Essa amálgama de Palas relacionasse com a união de opostos com foco em um bem comum. Dois planetas de naturezas explicitamentes opostas mas que em princípio interagem com muita harmonia são Marte e Vênus, que representam os aspectos mais básicos do homem e da mulher, e a deusa Palas do mito, sempre nos transmite essa noção impressionante de uma amálgama perfeita entre o feminino e o masculino. Portanto fundi os glifos de Marte e Vênus. O espírito (círculo) sem completa com a cruz e a seta. A seta de Marte traduz o quanto o planeta é errático espontâneo. Voltada para a direita indica o lado direito do cérebro, que trabalha com a criatividade e a arte. Marte é um princípio criativo entretanto não possui estruturação, alguém que só adquiri quando está em Capricórnio. Diferente dele, o glifo de Palas possui a cruz na base, oferecendo a idéia de solidez e estruturação. Pode-se então pensar na criatividade orientada e embasada, e quanto a isso duas palavras me vem à mente: práxis e ética. Juntas oferecem a noção de agir e criar com fim específico da interação com o outro, o aprimoramento e facilitação da vida social. O glifo de Vênus participa mostrando que Palas não é ausente de afetividade, entretanto ela não existe para satisfação própria, a seta sobre o círculo e a cruz revela que ela está direcionada para fora, isto é o benefício do outro.



Vesta:
De todos os glifos dos “grandes asteroides”, o de Vesta sempre foi o que mais incomodou, já que a lareira estilizada nunca representou nada astrologicamente falando. E de todos foi o que eu mais levei tempo para compor. Devemos pensar em Vesta como imagem do espírito concrentado, uma energia que trabalha sempre sobre si mesma, se purificando, se decantando para ficar cada vez mais essencial e própria. O signo que mais fala disso, para mim é Sagitário, já que ele se constitui de opostos em busca de integração, concentração e um significado próprio que existem em suas duas metades.  Essas duas metades são o homem (razão) e o cavalo (instinto). O homem é o espírito lúcido e o cavalo é a natureza bravia e amoral, ambos muito diferentes, mas há neles algo comum, e por isso estão juntos, com o interesse de expurgar o dispensável na busca da essência comum. Essa, é a justa medida, o ponto onde as coisas começam e terminam, aquilo que não é maior nem menor, nem menos nem mais importante. Em suma, o centro de tudo, o eixo da existência, de onde emana e para onde retorna todo o fluxo da vida. E este centro, que é a causa e o resultado, o princípio e o fim, é indicado pelo terceiro elemento que compõem o signo, a saber: a flecha que aponta justo para o centro da galáxia. Essa seta, que mira o alto, o mais elevado, mostra para onde segue a energia limpa, pura e leve que portanto é brilhante e elevada demais para permanecer perto da matéria e guia o espírito para o unobtainium, isto é, os dons do espírito. Esse processo, longe da metafísica, da filosofia e da religião pode ser traduzido como Sublimação, que nada mais é que um processo psicológico no qual uma grande concentração de energia vital é trabalhada com um foco e direcionamento, de forma a se purificar e ser usada com um fim mais elevado. Vesta representa basicamente isso, a Sublimação. E um exemplo disso é alguém com Vesta em Escorpião, a pessoa é enérgica e possui um intenso vigor físico e sexual, que mal direcionada transtorna e ânimo agressivo. Mas Vesta em Escorpião também pode falar de alguém ávido por justiça e essa pessoa pode encontrar a Sublimação de sua energia sexual na profissão de psicólogo ou advogado. Vesta não indica necessariamente uma profissão como forma de sublimar. A pessoa com tal configuração pode ser um amigo conselheiro a quem muitos recorrem e ele pode passar muito tempo sublimando sua energia no trato dos problemas alheios, como se fosse um psicólogo amador. Mas voltando ao glifo, procurei pensar em um glifo que transmitisse a ideia de eixo, de centro, a noção do espírito focado ou concentrado e que sublima. O glifo europeu de Urano parece trazer todas essas idéias. Ele é um círculo solar encimado por uma seta vertical, ele traduz a ação do espírito para fora, para um ideal elevado, mas que está livre das reflexões moralizante. Criei então o glifo do círculo solar tendo o ponto no meio (espírito concentrado) e encimado por uma cruz, que possui conotações femininas ao passo que a seta tem conotações masculinas. O espírito está então concentrado e restrito pela cruz, e ao mesmo tempo a cruz é o canal, o eixo, pelo qual ocorrerá a sublimação, essa sempre é um processo trabalhoso, e até doloroso, pois manifesta o combate entre razão e instinto. 



Juno:
                O glifo original de Juno é uma estrela que encima uma cruz, novamente outro símbolo que não nos diz nada. Como regente de Libra, Juno trata sobre a etiqueta, status quo e principalmente sobre o compromisso com o outro. Esse compromisso possui muitas vezes um caráter íntimo e de compartilhamento. Entretanto, para Juno não criei um glifo, o que não significa que considere o original, como já disse, ele não significa nada. Foi pesquisando na internet que encontrei um software de astrologia chamado Intrepid 150, um programa de astrologia ousado e com uma proposta de astrologia também muito diferente. Os astrólogos criadores do programa criaram também um glifo especial para Juno. E só posso dizer que quando o vi achei a idéia perfeita, pois o símbolo inspira e traduz a natureza planetária. O glifo é a duplicação do sinal de Vênus, já que Juno representa a união plena das almas. Então que que se vê é um circulo com duas cruzes. Uma união espiritual, pois devemos imaginar que há dois círculos sobrepostos, mas há duas cruzes o que significa que esse compromisso acarreta sacrifício duplo e em dobro. Algo que representa bem isso é o casamento. O matrimônio é uma instituição junina por excelência, é um contrato no qual os parceiros se comprometem com os prazeres, mas também com os pesos e problemas que uma relação mais séria implica. Diferentemente, Vênus possui apenas uma cruz e o circulo está sobre ela, demonstrando que parao planeta, os prazeres estão acima das questões obrigatórias da relação. 
 
                Este post terá uma continuação, pois irei tratar sobre os glifos de outros planetas...